Há quem insista em negar que existe um forte componente racista que guia as ações das polícias em todo o Brasil, e especialmente no Rio de Janeiro, mas os números volta e meia aparecem para confirmar essa teoria. 6y315i
As novas cifras que comprovam essa máxima vieram do Instituto de Segurança Pública (ISP), um órgão do do governo estadual do Rio de Janeiro, e são eloquentes: as operações policiais realizadas no Rio durante o primeiro semestre de 2019 produziram um total de 885 vítimas fatais, das quais 711 (80.3%) eram pessoas negras ou pardas.
Se comparamos esse número com o fato de os negros e pardos são cerca de 54% da população do Estado do Rio de Janeiro, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), podemos confirmar o triste verso cantado por Elza Soares, de que “a carne mais barata do mercado é a carne negra”, ou ao menos é assim aos olhos da polícia.
Além disso, o percentual de pessoas negras mortas pela polícia fluminense no primeiro semestre de 2019 é similar ao total registrado em todo o Brasil no ano de 2018. Segundo números do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, os negros e pardos foram 75,4% das vítimas mortas pela polícia em todo o país, o que significa que as cifras do Rio de Janeiro não são um caso à parte, mas sim uma tendência nacional.
Tendência que desmente o expressado nesta manhã pelo deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro. Em sua conta de Twitter, ele tentou negar o racismo na polícia com o argumento de que “a tropa é miscigenada e ninguém serve a negros ou brancos, mas sim aos brasileiros”. O parlamentar se refere à formação interna, mas evita comentar o perfil das vítimas.
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