O mercado de trabalho brasileiro criou 280.666 vagas formais ante demissões em maio, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério da Economia nesta quinta-feira (1º). O saldo é resultado de 1.548.715 contratações e 1.268.049 demissões. Este foi o melhor desempenho para maio desde 2010 e representa o quinto mês seguido que o país registra diferença positiva na criação de trabalhos com carteira assinada. No acumulado desde janeiro, o saldo é de 1.233.372 empregos formais, com 7.971.258 issões e 6.737.886 desligamentos. O desempenho de maio veio acima das 116.423 vagas criadas em abril e mostra a retomada do fôlego na criação de empregos após a edição de novas medidas de isolamento social no fim do primeiro trimestre. Em maio de 2020, a variação fechou com saldo negativo de 373.888 postos de trabalho em meio ao pessimismo econômico gerado pela pandemia do novo coronavírus. 414e2o
Todos os grupamentos de atividades econômicas apresentaram saldo positivo. O setor de serviços foi o grande destaque, com a geração de 110.956 novos postos de trabalho formais. O comércio vem em segundo lugar, com 60.480 empregos. A indústria registrou 44.146 vagas, enquanto a agricultura fechou maio com 42.526 postos, e a construção com 22.611. Todas as regiões também tiveram saldo positivo. O sudeste lidera com a criação de 161.767 postos, seguido pelo nordeste, com 37.266 vagas de trabalho. O sul criou 36.929 vagas, enquanto o centro-oeste encerrou o mês com 26.926 postos, e o norte com 17.800.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou na semana ada que o governo deve lançar em breve o programa para estimular a entrada de jovens ao mercado de trabalho. O projeto é divido entre o Bônus de Inclusão Produtiva (BIP), custeado pela União, e o Bônus de Incentivo à Qualificação (BIQ), pago pela iniciativa privada. O governo prevê a distribuição de R$ 500 a R$ 600 por mês para que os beneficiados façam cursos profissionalizantes ou sejam integrados em programas de treinamento dentro das próprias empresas participantes. A primeira etapa do projeto vai abranger dois milhões de brasileiros, com idade entre 18 e 28 anos.
Os dados positivos do Caged contrastam com os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad–Contínua) que mostram a estabilização do desemprego em nível recorde no trimestre entre fevereiro e abril deste ano. Segundo o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicado nesta quarta-feira, 30, a taxa de pessoas sem ocupação está em 14,7%, totalizando 14,8 milhões de brasileiros. A disparidade dos dados é reflexo das diferentes metodologias adotadas por cada pesquisa. O Caged leva em consideração as contratações e demissões de empresas formais, ou seja, apenas conta as vagas de trabalho com carteira assinada, excluindo funcionários públicos e autônomos. Já a pesquisa do IBGE apresenta um retrato que soma todos os tipos de ocupações, incluindo as informais. A coleta de dados também varia de um levantamento para o outro. Enquando o Caged é alimentado pelas informações adas pelas próprias empresas ao Ministério da Economia, a Pnad é feita através de amostras em domicílio. Este trabalho era realizado pessoalmente, mas ou a ser através de consultas por telefone desde o início da pandemia do novo coronavírus. Por último, o Caged soma dados de todos os municípios brasileiros, enquanto a pesquisa do IBGE é realizada em cerca de 3,5 mil municípios.
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