Em um marco inédito para a Justiça de Alagoas, o Tribunal do Júri da Comarca de Água Branca concluiu nesta terça-feira (6) o julgamento de um homicídio qualificado apenas 158 dias após o crime. A sessão terminou com a condenação de Douglas Goes Santos a 13 anos, 9 meses e 3 dias de prisão, em regime fechado, pela morte de José Freire Dias Filho, conhecido como “Coroa”. 1u6w43
O crime aconteceu em 29 de novembro de 2024, quando a vítima foi atacada com 15 golpes de faca peixeira enquanto lavava roupas em um alojamento. Segundo a investigação, o homicídio foi motivado por vingança após uma discussão entre a vítima e o acusado no ambiente de trabalho, um parque de diversões em Pariconha. Douglas foi demitido e decidiu se vingar.
Logo após o crime, o réu tentou fugir em uma van para o município de Carira, em Sergipe, mas foi capturado em flagrante pela Polícia Militar de Alagoas, já em Delmiro Gouveia.
Durante o julgamento, o Conselho de Sentença reconheceu as qualificadoras de motivo fútil e de recurso que dificultou a defesa da vítima, conforme o artigo 121, § 2º, incisos II e IV do Código Penal. A Justiça também determinou que Douglas continue preso e não poderá recorrer em liberdade.
O destaque do caso ficou por conta da celeridade do processo, conduzido pelo juiz Marcos Vinícius Linhares Constantino da Silva, que presidiu o júri popular. Em sua avaliação, o trabalho conjunto e comprometido de toda a equipe da comarca permitiu a conclusão do caso em tempo recorde, mesmo com os entraves típicos do período — como o recesso forense, os feriados de fim de ano, Carnaval e Semana Santa.
“A ausência de recursos protelatórios e o foco na busca por soluções justas e rápidas, sem abrir mão das garantias processuais, foram fundamentais para esse resultado”, afirmou o magistrado. Ele também elogiou a atuação do promotor de justiça Rômulo de Souto Crasto e do advogado de defesa Adelmo Joaquim dos Santos, destacando a conduta ética e técnica de ambas as partes.
Para o juiz, a rápida resposta ao crime contribui diretamente para o fortalecimento da confiança da sociedade no sistema judiciário. “A celeridade no julgamento de crimes graves como homicídios é essencial e a Comarca de Água Branca tem demonstrado que é possível conciliar a eficiência com o respeito às garantias constitucionais, reduzindo a sensação de impunidade”, concluiu.
Utilize o formulário abaixo para comentar.