Pude presenciar, no sábado (5), a quase que solitária apresentação da banda Som Love, lá no palquinho, tentando atrair o grande público do outro lado da rua para curtir sua apresentação, que, aqui para nós, musicalmente não era inferior a nenhuma das grandes bandas que já tinham se apresentado até aquele momento.

O constrangimento começou antes mesmo da banda local começar a tocar. O “coitado” do cantor teve que fazer a locução de apresentação da própria banda, antes de assumir seu lugar no palco. O curioso é que havia dois locutores contratados pela organização da festa, mas eles pareciam preferir o outro palco, o grande palco principal.

Reversando-se no microfone, eles tentavam claramente segurar o grande público à frente do palco principal à espera da próxima atração, uma grande atração, que, com certeza, para a organização do evento, não poderia ser da “terra”. E funcionava mesmo, as pessoas não arredavam o pé do local, até parece que gostavam dos locutores pronunciando frases de efeito acompanhadas dos nomes do prefeito e dos organizadores da festa.

Era Cristóvão para lá, Claudinho para cá e uma vez ou outra Zé Carlos – o prefeito. Enquanto isso, do outro lado, no palquinho, com um som que nem dava para escutar por quem estava na Praça Fernandes Lima, a banda local seguia fazendo show para um pingado de pessoas que ava de um lado para o outro e que estava nos barezinhos “tomando uma”, provavelmente nem aí para quem estava tocando.

Pensei que isso tivesse ocorrido apenas naquele dia, mas uma fonte relatou para o blog que não, não foi apenas naquele dia. Em todos os outros dias de festa os músicos aguabranquenses contratados para se apresentarem no maior evento festivo da cidade deles foram colocados lá no cantinho, no palquinho, afastados do grande público, e somente alguns tiveram direito a pelo menos um locutor para apresentá-los e tiveram público considerável. Somente alguns conseguiram atrair um bom público de um lado da rua para o outro.

Artistas locais que conseguiram atrair parte do público concetrado do outro lado da rua (Foto: Site Prefeitura de Água Branca)

Talvez a intenção da organização do evento tenha sido apenas dinamizar a apresentação das bandas, fazendo com que não houvesse interrupção da festa durante o intervalo entre uma banda e outra, contudo, pode ter esquecido de combinar com a dupla de locutores que era importante que todos os artistas locais também fossem tratados com o mesmo entusiasmo das grandes atrações e que o público tinha que ser atraído também para curtir os shows do palquinho.

Por outro lado, não faltou nem locutor nem entusiasmo para a apresentação da Orquestra Nostalgia e o cantor Igor Ativado, pupilos do empresário Cristóvão Lopes - aguabranquense que liderou a comissão organizadora da tradicional festa.

Praça Fernandes Lima, onde grande público ficou concentrado (Foto: Site Prefeitura de Água Branca)

Apesar disso tudo, de modo geral, a 14ª edição do Festival de Inverno de Água Branca foi muito animada e tranquila, sem contar que as atrações culturais realizadas durante o dia movimentaram a cidade. Certamente aqueceu a economia local durante os três dias em que foi realizada. O público presente não bateu recorde, mas pode-se levar em consideração, sobretudo pela situação caótica em que se encontra o trecho de rodovia que dá o à cidade.

E você, o que achou do Festival de Inverno desse ano? Comente abaixo.